domingo, 15 de abril de 2012

Biografia resumida de Luiz Henriques Alfenas

Luiz Henriques Alfenas, o Lulu, conhecido em Campo Belo como Lulu Caieira, nasceu em Senhora de Oliveira no dia 20 de outubro de 1945, filho de Edgard Alfenas, mais conhecido como Sodiga, e de Rita Henriques de Miranda, mais conhecida como Sadita, pertence a uma tradicional família de agricultores com 8 irmãos. Seu pai foi político em Senhora de Oliveira e primeiro prefeito eleito da cidade.

Família: casou-se em 1972 com Maria José da Silva Alfenas e com ela tem os seguintes filhos: Cláudio (Publicitário), Tito (Administrador e empresário), Luiz ( Economista e funcionário público estadual) e Ricardo (Administrador e funcionário público federal).

Formação: em 1959 ingressou no seminário no curso de admissão e de lá saiu em 1962. Em 1963 estudou em Conselheiro Lafaiete, e, a partir de 1964, passou a residir em Belo Horizonte. Formou-se em Administração de Empresas (pela UNA) e em Análise de sistemas (pela UFMG/PRODEMGE). Especializou-se com cursos de Administração Pública na FJP.

Vida profissional: iniciou sua carreira profissional em 1964 como Perfurador de Cartões e, a partir de então, trabalhou sempre no ramo da informática, tendo sido Operador de Computador mainframe, Programador de Computador, Analista de Sistemas e Coordenador de Projetos de Sistemas. Exerceu também atividades gerenciais e executivas na PBH (Setor de Mecanização que deu origem, em 1974, à PRODABEL), na PRODEMGE e na PREVIMINAS (como presidente). Foi também professor de Projetos de Sistemas de Informação e Administração de Materiais em diversas escolas de BH, entre elas: UFMG (como professor colaborador), FUMEC, FJP - Fundação João Pinheiro, etc
Atualmente é aposentado e miniprodutor rural na região de Senhora de Oliveira MG.


Por que entrou e por que saiu do seminário: entrou porque queria ser padre, saiu porque deixou de acreditar em dogmas e revelações.

De que gosta: ler, escrever, programar em VBA do Excel, desenvolver e publicar projetos simples em 3D e de participar de trabalhos sociais e grupos de amigos. Aprecia a natureza e está tentando aprender um pouco de marcenaria.

Filosofia: acredita em Deus (força criadora que existe junto com o universo). Pensa que o universo é eterno, não teve início nem fim (sempre esteve aí). Não acredita em dogmas relacionados a ideologia, filosofia ou religião. Acha que a moral e os melhores valores espirituais devem nascer do humano.

Gratidão: à vida, à família que o criou e educou, a muitos que lhe deram guarita quando precisou, ao seminário que lhe deu uma oportunidade de estudo e de valores; aos amigos e ex-colegas por onde passou e à família que formou junto com sua mulher.

O mundo: quer aproveitar a vida sem avançar sobre direitos e liberdades do outro em todos os aspectos: políticos, religiosos e de pensamento. Acha que todos teriam muito a ganhar se o medo fosse removido das famílias, das empresas e da face da terra.

O futuro: acha que seu desejo não deve se realizar nos próximos 50 anos por ser utópico a curto prazo: o homem mais honesto, mas livre, sem fanatismo, sem medo de viver a realidade. Mas, de qualquer forma, acredita que o mundo caminha para dar mais oportunidade de escolhas aos seus ocupantes, mais liberdade.

5 comentários:

  1. Lulu: fale com a gente sobre sua vida no seminário; experiências marcantes, os colegas mais chegados, o significado para sua vida, etc - Benone

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    1. O amigo Benone, por seus meios e e-mails, quis antecipar uma entrevista comigo, não posso reclamar, pois tenho feito perguntas e estimulado entrevistas, então, vou atendê-lo da melhor maneira que puder.

      Minha vida no seminário foi excelente, tenho boas lembranças daquele tempo, mas, mesmo assim, sofri no primeiro ano por causa da saudade de casa, muito especialmente de minha mãe. Um dia desses o padre Marcelo, falando para alguns jovens, expressou com muita propriedade o que eu sentia naquele ano de 1959, ele dizia que poucas pessoas sabem o que de fato é saudade de mãe, pois eu sei. Para um menino que nunca havia saído de sua terra, ficar um ano sem ver a mãe era terrível. Chorei muito naquela mureta do pátio do Colégio Dom Cabral, perto de onte havia uma "fonte" e chorei, à noite, na cama que é lugar quente e apropriado, como diz o velho deitado (rsrsrs). Naquele ano, perdi também o casamento de minha irmã Adelina, um pagode e tanto, com direito a cachaça, macarronada, tutue leitão assado. Não era piegas, mas não teria aguentado aquele perído caso não tivéssemos passado as férias na cidade de Santana do Jacaré, ou melhor, no rio Jacaré. Essas férias foram um bálsamo que me ajudaram a superar as perdas familiares do primeiro ano, e, a partir de então, adaptei-me e de uma forma surpreendente: gostava do seminário, da turma e dos padres. E mesmo agora, quando minhas crenças e valores espirituais se distanciaram dos deles, ainda os tenho em estima - não acho correto misturar religião com relaçãoes pessoas e nem acho justo chamar de herege, ateu ou equivocado àquele que tem uma crença diferente da minha. Os valores ficam: dizem que somos como uma cebola, cujas cascas em camadas se formam a partir de nossas relações com as pessoas e as coisas, cada casca da cebola é um valor obtido no convivío, então, se descascarmos a cebola de que sou feito encontraremos muitas camadas formadas em Senhora de Oliveira, pela eduação de meus pais e pela vida de menino da rua que tinha; outras, em Campo Belo; e outras, em Belo Horioznte, onde vivi minha vida profissional e construi família numa trajetória da qual tenho orgulho pelo que fiz e pela maneira como fiz. O pior dessa metáfora ou analogia com a cebola é que, se tirarmos todas as camadas de cascas de nossa individualidade, não sobra nada, e vejo algumas pessoas assim, infelizmente.

      Quanto às amizades:

      Existem amigos e amigos. Durante o período do seminário, de que trata a pergunta do Benone, tive três categorias de relacionamentos pessoais:
      A amizade calcada em parentesco e convivência anterior: neste grupo, coloco como cabeça de chave, pelo grau, o meu irmão Edgard e, logo a seguir, todos os demais seminaristas naturais de Senhora de Oliveira: os primos Rosalino, João Saturnino, Zé Agnaldo, o Renato Magalhães (Deus o tenha), O José Engrácio (Deus o tenha); os colegas José de Lurdes (Canhão), O José Milagres, o Oiser Mário, - outros de Senhora de Oliveira, como o Caio Milagres,o José Cesário (Deus o tenha), O Ildeu de Souza e o Joaquim Macabeu, não foram meus contemporâneos em Campo Belo, embora meus amigos.
      Amizade construída durante o convívio no seminário: Santana, Geraldo Lemos (Deus o tenha), Chicão, Tião Coelho, Tião Rocha, Picolé (Deus o tenha), Edmundo e Renato Botelho (Deus o tenha.
      Respeito e admiração: coloco neste grupo as pessoas que não eram colega de turma. São os mais velhos ou mais adiantas; eram da prateleira de cima, mas eu os admirava, a alguns pelas qualidades pessoais, outros porque jogavam futebol bem, ou motivos triviais como saber jogar finco, pião, baralho, sinuca e etc. Nessa categoria estão: Bessa (Deus o tenha), Seoldo, Carraro, Marcos Rocha, Ázara, João Henrique, Nonato e o Benone.
      Todos que listei aqui são pessoas que estavam em minhas lembranças antes do I Encontro de 2008, ou seja, não tem nada a ver com as amizades que estamos construindo dentro dos Encontros anuais.

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    2. Erratas: Amizade(s) construída(s) durante o convívio; edu(c)ação; as pessoas que não eram colega(s) de turma; aduant(ados;

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  2. Lulu,fale sobre sua experiencia com produtor rural.Ou mini. O que voce produz, como comercializa. Quantos alqueires de terra voce tem. Benone

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    1. Como está dito em minha biografia resumida, sou microprodutor rural, tenho duas propriedades rurais que somadas dão no máximo 17 hectares (uns quatro alqueires). Uma delas nem pode ser inscrita no INCRA, quando estive nesse orgão para saber da obrigatoriedade do registro, a menina que me atendeu, perguntou-me com cara de gozação: "o que você vai fazer com um latifúndio desses (1,4 hectares)"; o outro pedaço que tenho, meu irmão Garcez, bulindo comigo (fosse hoje daria cadeia), disse: "o seu terreno é tão pequeno que se sua vaca ficar em diagonal, o rabo fica nas terras de um vizinho e a cabeça nas do outro". Mas dizem que o pouco com Deus é muito, cabe-me cuidar bem das matas e tenho algumas plantações: café (meta quase impossível - colher 50 sacas/ano), tenho dez vacas que trato com cana e capim, e um bom pomar que este ano produziu laranjas, limão e outros cítricos, tudo acima das expectativas.
      Respondendo então à pergunta: minha experiência como produtor rural é pequena, embora possa dizer que é uma atividade que me dá muito prazer: manter uma boa capoeira de mata atlântica, ter uma matinha ciliar da qual cuido como se fosse a última fonte de oxigêncio da face da terra. Nosso sítio é um bom lugar de aprendizado quando se chega aos sessenta e pouco anos de idade, o problema é que a coisa tem que ser rápida, pois pó não aprende (esta última inserção, em homenagem ao colega Seoldo, cuja filosofia, se apreendi bem, consiste em viver-se intensamente, porque o retorno ao pó é garantido).

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